HEPATITES E SEUS RISCOS
Os riscos das hepatites B e C
Autor: Fábio REM
Gostaria de aproveitar o espaço e a presença de alguns posts sobre medicina para deixar um recado sobre as hepatites crônicas, basicamente a hepatite B e C, que são doenças um pouco negligenciadas, que em geral não geram sintomas e podem causar danos importantes à saúde a longo prazo.
Quando se fala em doenças sexualmente transmissíveis, de imediato se lembra de blenorragia (a popular gonorréia), clamídea, sífilis e HIV/ AIDS. No entanto existem também as hepatites crônicas, que igualmente são transmitidas sexualmente, principalmente a hepatite B. A hepatite C pode ser transmitida desse modo, mas é mais difícil de acontecer.
Então, quando alguém tem relações sexuais sem proteção, não é só no HIV que tem que se pensar, mas nas hepatites também. A hepatite B se transmissão via sexual com facilidade. Quando se identifica alguém com hepatite B, tem que se ir atrás dos contatos sexuais (sem proteção) dessa pessoa. É muito comum um cônjuge ser portador dessa hepatite sem saber e passar para o seu (sua) companheira.
O problema maior dessas hepatites é que elas não dão sintomas, então o sujeito pode ser portador do vírus sem saber. E a longo prazo, as hepatites crônicas podem causar problemas hepáticos sérios, como cirrose (embora nem sempre o façam). Então, quando se faz exames de checkup, por exemplo, não se deve esquecer de fazer exames para essas hepatites. principalmente se houver histórico de relações sexuais sem proteção.
No caso da hepatite C, todos os que usaram drogas injetáveis com compartilhamento de seringas alguma vez ( a maneira mais comum de se adquirir essa doença – nos EUA ) devem fazer o exame. Nos EUA por volta de 80% dos portadores do vírus o adquiriram pelo uso de drogas com compartilhamento de agulhas. Também quem recebeu transfusões de sangue antes de 1992, que foi quando foi identificado o vírus e tornou-se disponível o exame para identificar o vírus. Outras maneiras de adquirir o vírus C : por piercings, tatuagens realizados com objetos nao esterilizados, quem faz hemodiálise, acidentes com agulhas contaminadas. Ultimamente o uso de cocaína intranasal com compartihamento de “canudos para aspiração” tem sido relatada como modo de se adquirir o vírus: basicamente porque quem usa cocaína pode ter sangramentos nasais (epistaxes) – o sangue de um usuário fica no canudo de aspiração e o próximo que o utilizar pode se contaminar. A hepatite C se transmite basicamente quando o sangue de alguém contaminado entra em contato com o sangue do outro, via seringas compartilhadas, transfusões de sangue, piercings, tatuagens, canudos para consumo de cocaína nasal. Ela pode ser transmitida via sexual, mas já é mais difícil de acontecer. De qualquer modo, todo portador de hepatite C deve ter relações com proteção, para não passar o vírus adiante.
Profissionais de saúde em geral são um grupo de risco, porque lidam com sangue alheio seguidamente. Incluindo dentistas, cirurgiões, enfermeiras, auxiliares de enfermagem. A prevalência da hepatite C na população mundial é de 3,0% ( quer dizer, 3,0% das pessoas tem o vírus ), enquanto que a do HIV é em torno de 0,8 %. Então vejam que há mais gente com hepatite C por aí que com HIV.
O ponto importante, que repito aqui, é que não dá pra esperar se sentir alguma coisa para fazer os exames, porque as hepatites B e C não causam sintomas – somente o fazem quando a lesão no fígado está avançada. Então quem passou por alguma das experiências relatadas acima, deveria fazer os exames.
Fonte: Blog do Nassif
Postado por Ernesto Albuquerque
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