HOSPITAIS EM SÃO PAULO – A REALIDADE
Hospitais: Alckmin alardeia o que não fez
O candidato tucano ao governo de São Paulo, Geraldo Alckmin, começou a campanha alardeando que construiu 30 novos hospitais em São Paulo. É tão escandalosa a propaganda que ele foi obrigado a mudar o discurso e passou a anunciar “suas obras” de forma confusa e nebulosa. Em vez do “eu” criei, passou a dizer “nós” criamos e “reformamos” 30 hospitais. Ou seja, cobrado a se explicar, incluiu outras administrações tucanas para chegar a esse número e passou a misturar a construção com a reforma de hospitais já existentes.
Mas, mesmo assim o número apresentado por ele é mentiroso. Alckmin incluiu 19 hospitais em sua conta e de Mario Covas, e afirmou que Serra teria feito outros onze novos hospitais. Só que, como veremos adiante, além de Serra ter feito apenas dois hospitais e não onze, como disse Alckmin, na administração deste último efetivamente foi iniciado um hospital.
Dos 19 hospitais que entraram na conta do tucano, 16 foram iniciados no governo Quércia, que governou São Paulo de 1986 a 1990. E destes, onze foram concluídos na administração de Mário Covas e apenas cinco por seu sucessor. Dos que Alckmin completou, apenas o de Francisco Morato foi iniciado em seu governo. Como podemos ver, são números muito diferentes da propaganda tucana. Em suma, dos 30 alardeados, apenas um foi iniciado por Alckmin. É muita demagogia. Além disto, o tucano faz outros malabarismos. Conta como “novos hospitais” instituições já existentes que passam a receber recursos públicos. Este é o caso do Hospital filantrópico, Santa Isabel, em Taubaté. E mais, Alckmin ainda inclui em suas contas até o hospital Darci Vargas que era do antigo INAMPS e foi repassado pelo governo federal ao estado. O SindSaúde (Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde no Estado de São Paulo) denuncia que as peças publicitárias do PSDB aumentam a lista dos novos hospitais com instituições que foram apenas reformadas.
E dos outros onze hospitais que, segundo Alckmin, teriam sido construídos por Serra, apenas dois são realmente novos. Os demais são instituições filantrópicas que estabeleceram parceria com o Governo de São Paulo. De Serra mesmo, apenas dois hospitais poderiam ser chamados de novos: o Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp) inaugurado em 2008 e o Centro de Reabilitação Lucy Montoro (de 2009). E mesmo assim é bom que se diga que o Icesp é apenas um deslocamento do setor de Oncologia que existia dentro do Hospital das Clínicas. O prédio, inclusive, que já existia desde o governo Quércia, só foi parcialmente ocupado.
A mesma estratégia é utilizada em relação ao número de Ambulatórios Médicos de Especialidades (AMEs) do Estado. A propaganda do PSDB fala em 40 unidades entregues à população, mas a maioria deles são adaptações de unidades de saúde que já funcionam. “Existem ambulatórios que foram reformulados, como as AMEs de Votuporanga e Marília. Eles só colocaram mais especialidades, reformularam as unidades e mudaram os nomes. É maquiagem!”, denuncia o diretor do SindSaúde, Angelo D’Agostini.
Fonte:Sérgio Cruz – Jornal Hora do Povo
Postado por Ernesto Albuquerque
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